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Mostrando postagens de março, 2010

Tenho um date com Vincent... van Gogh.

"Às vezes tudo se ilumina de uma intensa irrealidade E é como se agora este pobre, este único, este efêmero instante do mundo estivesse pintado numa tela, Sempre..." - Mario Quintana Eu lembro de correr por essa casa e passar por esse quadro lindo, amarelo. E amarelo nem era minha cor favorita. Eu não sabia contar direito porque a Carol tinha me ensinado errado. Primeiro, vamos definir "CAROL". Carol , substantivo feminino. A pessoa que eu conheço há 12 anos (eu tenho 16 anos e 11 meses, nota), com quem eu desenvolvi todo o meu espírito maquiavélico, e com quem eu ainda rio das mesmas piadas de 12 anos atrás. Carol, atualmente reside na Noruega, onde mantêm um harém de noruegueses e um fyord se ela sentir vontade de visitar o Édem. Estávamos na salinha do jardim II, nossa tarefa era desenhar dez peixinhos. Eu viro para a Carol e peço a definição de tal coisa que são dez peixinhos. "É só parar de desenhar quando eu parar também, daí va

Indo atrás de Tolstoi para obter satisfação.

[ Meu humor não está pra peixe. Anna Karenina morreu. ] Um estúpido cruzou minha vista hoje. Um idiota careca com uma tatuagem de "Bound by honour" atrás da cabeça, sendo estúpido em todo aspecto da própria existência e tatuagens, chega como quem acha que tem o direito e fala: "pedir desculpas quando se esbarra não é comum no seu país?". A verdade é que eu estava mais perto dele e quem tinha esbarrado no mal-comido fora a Tanya. Disse que eu não tinha entendido mas na verdade não tinha acreditado. Ele repetiu. Olhei para a Tanya... Eu ri, balancei a cabeça. E eu deveria contar aqui quantas vezes um russo esbarrou em mim, quase passando por cima? Eu não preciso mostrar provas quando eu sei que estou certa. You may not share my intellect, which might explain your disrespect. "Eu não defendo e nem abomino, eu não tenho absolutamente nenhuma opinião sobre isso", virei para a Tanya depois de alguns minutos de silêncio, "mas eu sei que o ódio a americanos e

A joanete e todas as coisas relacionadas a ela.

[ Eu, Dimitri (o gato), e um bronze que ficaram na infância, na memória e na Florida ] Natalya é uma pessoa sensata. Natalya é, de longe, a única russa sensata que eu conheço. Talvez eu devesse falar antes das russas que eu conheço antes de começar a falar da Natalya. As russas que eu conheço usam salto alto para a escola, maqueiam-se (e eu disse maqueiam-se ), e usam roupas que deveriam ser usadas naquela "balada" (odeio essa palavra, vide lista de palavras ridículas: "roqueira", "estilosa", "paquerinha", "velcro", "água com gás", "moçada", "berimbau"). A Brasileira chega, de all star, jeans, uma blusa de souvenir da Florida com um mickey, que tem pelo menos 67 anos, o rosto limpo, de quem acabou de jogar água e escovar os dentes. Quando eu fazia o Ensino Fundamental eu sempre chegava com umas marcas de pasta de dente em todo lugar, eu tenho conseguido controlar ("parabéns, Rianne"), mas parece q

A literatura perigosa

[ Dor de cabeça, tomei café demais. ] Começo de estação me lembra que preciso mudar. Não sei o quê. Sei que a primavera começou por causa do dia das mulheres, dia 8, e ontem resolvi dar uma volta, andar só, respirar, transpirar (um dia quente?), celebrar a aparição de uma joanete, comprar leite e geléia e ir para a academia. Algumas coisas dão a sensação de começo: começar a fazer yoga, comprar uma nova escova de dente, etc. Quando entrei na academia tocava uma música da Pink, a janela estava aberta, faziam -10 graus mas todo mundo morria de calor. O Sol bateu na minha cara, e eu comecei a rir. A rir, à toa, por rir. Rudolf começou a rir também. Rudolf é o instrutor que sempre me pergunta como dizer isso e aquilo em português, e sempre fala que "é bem parecido com espanhol". E como uma criança que acaba de ralar o joelho e começa a chorar, para confortá-la, a língua portuguesa, falo que "você é mais que isso". Eu devia estar rindo porque o Sol resolveu aparecer, e o

Por que ser um ornitorrinco que fala russo até 2012?

[ Estado de espírito: tomando um shake de banana ] "Haverá tsunamis", continua Tatiana, "e especialmente onde tem oceanos, haverá tsunamis", bebeu mais um gole de chá, "esse inverno, por exemplo, foi muito frio, em 2012 defintivamente tudo se acabará". E ela disse isso com a calma de quem continua bebendo chá. Eu, recupero a sanidade e a paciência e imagino Yupaghyztrepafufericonlilos. [ Maias, you're doing it wrong. ] Tinha um calo enorme na mão, não bastasse a areia entrando no olho, os mosquitos não tiravam férias e não voavam para o Sul por causa do inverno, porque ali já era o Sul, aquilo tudo foi enchendo-lhe a paciência aos poucos, largou os papéis, digo, pedras, deu um salto com a ponta do pé e sabendo que tinha gastado a vida toda calculando cinco mil anos de um calendário, matou os mosquitos, o vento, o Sul, o Norte. Seu nome era Yupaghyztrepafufericonlilos, nacionalidade: maia, e foi ele quem teve preguiça de continuar fazendo o calendário e

De volta (se um dia eu cheguei a ir)

[Estado de espírito: de bikini sob -4 graus, e além] [Tocando: trilha sonora de August Rush] Pensando comigo porque negros sempre são hábeis para cantar, enquanto a trilha sonora de August Rush toca no shuffle, depois de uma semana de muito Jonathan Rhys Meyers, durante a qual, a Sra Que Acaba de Baixar o Bittorrent baixou a filmografia do mesmo . Mergulhou e não falou com o mundo durante uma semana. Ainda não muda os critérios para gostar de um filme: pro inferno o roteiro, o que eu quero saber é quem está no filme. Folheando as páginas da Esquire no Kafe 12 com o Zack, Alice e Katie, "the guy gets what he gets", continuei folheando as páginas onde o Mister DiCaprio falava sobre aquecimento global, "he gets go be fuckin rich because every single movie he's in turns into gold, not because he has this magic golden finger, but because the guy can act, we owe him that much". E a conversa continuou, questionando os engajamentos ambientais-revolucionários do Mister