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Mostrando postagens de julho, 2011

Ou quase exatamente

Ela não podia ir lá fora, algum ser desfigurado na noite passada havia personificado os medos de uma criança. Se era vermelho, não lembrava, a verdade é que o era e isso já corroia, independente da geometria e aquarela que viesse a adotar. Pôs-se a chorar, não sabia da onde vinha aquela vontade incontrolável de simplesmente berrar e resgatar gotinhas do mar. A verdade é que respirar ficava mais fácil. E ela repetia a sensação de medo dessa memória de nove anos atrás. Há pouco tempo fizera dezoito. Tudo parecia tão longe e tudo era uma eternidade, com barreiras, mas ela insistia em chamar aquela linhazinha do tempo que era a sua vida de eternidade com limites - fosse lá o que isso queria dizer. Lembrou-se daquele dia longíquo num bairro de infância que pela mania humana de romantizar o passado, a recordava de uma infância com muita neve, rinite na primavera, a chinesa magra demais que vendia comida em caixinha, joelhos ralados e casuais furtos de batata frita da fábrica não muito longe,