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Mostrando postagens de fevereiro, 2011

Hipertextualidade dos chaveiros

[Esse post falta linearidade de pensamento] Um pequeno pinóquio da Itália. Uma coisa da estação de trem Kazanskaya de Moscou. Um touro de Madrid. Um medalhão de Kirov. Um urso com uma blusa escrito 'London'. Uma minúscula boneca tirolesa. Um mini, mini, mini chimarrão. O brasão da polícia de New Jersey, de um career day. Uma miniatura que esbanjava a riqueza de Monaco e Monte-carlo. Uma mini gôndola me lembrando de Veneza. Um cachorro Bernardo com um barril de bebida e uma camisa com a bandeira suiça. Pelo menos cinco tipos de Mickeys. E mais uns tantos, a caixa começava a ficar pequena. Eu precisava me proteger. Quis casulo. Isso era eu, mexendo na caixa das botas que eu tinha comprado no inverno passado, que em um ataque de euforia de verão, joguei fora assim numa lixeira no meio da rua, botando havainas. Na caixa verde musgo, chaveiros dos noventa e cinco cantos do mundo, uns com nomes de ex namorados (amei mais de dez vezes pra sempre), mas imprescindívelmente, todos conta

A viagem de Paris ao Ceará

[ Madame Déficit, como ficou mal-conhecida, em toda a pompa de sua juventude, época em que Versalhes ainda se servia da sua inocência ] Pelas passagens secretas que ligavam o seu apartamento com o do rei, ela fugiu do povo francês pela primeira vez, com gritos de desejo de morte à rainha subindo pela escada. Fora do mundo banhado a ouro e diamantes de Versalhes, os gritos e a indignação do povo francês finalmente invadiam o castelo, como se todo esse tempo, apesar da Rainha viver em seus jardins no Trianon a céu aberto, nunca tivesse aberto a janela e realmente enxergado (e convenhamos, Versalhes não é Paris). Maria Antonieta, que opinava e tomava lugar em reuniões junto ao rei, viveu de jogatina e idas a festas em Paris, ambos os lados. E no fim, sucumbiu a fofocas e à fome de Paris. A figura feminina junto ao poder naquela época assustava, e diante de um rei covarde e tímido, ela falou alto e foi ouvida, também. Me pergunto se a revolução teria sido inevitável, quando o rei e a rainh

A cidade sou eu, meu amor.

[Sobre o apagão no Nordeste dia 4 de Fevereiro] [Dolly no meu lugar favorito do bairro, que hoje virou uma ponte, mas antes eram só pedras e mais hardcore ] Cheguei em casa, saindo do taxi, num tom de desespero, perguntei ao porteiro se eu teria que subir de escadas. Ao que ele respondeu que lógico que sim. Era o Meireles totalmente escuro e extremamente familiar. A idéia de subir doze andares de escada me pareceu insana então resolvi deitar no banco, no escuro, ninguém sendo dono de ninguém, com a minha música e a verdade de que os postes sugam a beleza das estrelas, e que elas foram teto por tanto tempo e só agora resolveram aparecer. Verdade seja dita, naquela seqüência de dias estava faltando só um apagão massivo para continuar na mesma linha de insanidade. Segunda-feira fomos assaltados, por algum esqueleto desses ambulantes viciados em crack na Beira-mar. Cartão postal. Já haviam tentado me assaltar, mas nunca tinham levado nada. E aquelas matérias de jornal de meio-dia dizendo p