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Mostrando postagens de março, 2013

O homem que salvou a palavra do silêncio

Antes da palavra, existia o silêncio. A palavra foi criada no silêncio. A palavra é constantemente ameaçada pelo mesmo. Dedico esta publicação ao homem que salvou a palavra da mudez, porque a palavra dói, e ela sozinha não quer existir porque é árduo ser a palavra. Por isso nada a substitui. Ela simplesmente se empresta à gente, e enquanto faz isso nos ameaça todo o tempo: se me vou, vocês serão animais - diz - se me vou, vocês serão apenas o ser, e o ser sozinho não é nada, o ser precisa da extensão. A palavra não é de ninguém, ela sozinha é dela. A palavra se empresta, é diferente. Mas a palavra nunca se cala, ela é tão  presente que é impossível deixar de sentir-la. Mas eu sei de uma coisa: eu prefiro toda a crueldade da palavra ao silêncio. O silêncio é nada, o silêncio nos estagna. O silêncio apaga línguas da face da terra, o silêncio apaga culturas: a palavra é a cultura, a palavra é toda a história. Sem a palavra, sobra o vão. Eu tive um sonho terrível de que ele não exi