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Mostrando postagens de julho, 2010

Taxímetro

Logo se via que era lugar do mundo, já não pertencia a ninguém, tinha o carimbo do mundo, infestado dessa essência universal que as grandes capitais tens, todas copiadas. Rostos apressados, diretos e impacientes, levam o café da manhã na mão, compacto, feito para propiciar prazer, para fazer parte de uma vida que de saudável não tem nada, mas é o que o logo quer dizer. Então se carrega a hipocrisia, são os rostos apressados, vês, e pela impaciência não se nota que és apenas outra cópia daquele outro que estás ao teu lado no transporte público, és substituível e a sina da tua vida é achar que não és. Pois carrega-se o café da manhã, que é que há, que é que houve com os longos deleitosos cafés da manhã, já não se sabe, é coisa do mundo. Senhoras fechando os olhos diante de cenas que se tornaram banais, e ao que se tornaram banais ela vira todo o processo deslanchar e isso dói no peito de quem tem os anos contados em sinais que revestem a pele do colo, enferrujando-a. As senhoras eis que

Pousando

A rua infinita vai além do mar Quero caminhar Eu tentaria postar agora mas eu e minha - afta - vamos dormir porque Drummond acaba de dizer coisas que deixam o espírito leve, contente e em alguma parte, sonolento. Mas antes que eu morra de preguiça... Sem fotos [explicação mais a frente, sem cabo, no gain] Então eu realmente estou no Brasil. Para falar a verdade, eu deveria contar como foi difícil POUSAR aqui. Mas essa história совсем уже меня бесят [me enche o saco], troquemos por miúdos, a companhia aérea X me pôs num hotel junto de pariesienses e angolanos divertidos que haviam tido seu vôo cancelado também. A verdade é que sentada ali no chão do Domodedovo em Moscou esperando o meu vôo com o Konrad e a Lera eu não tinha a sensação de que eu iria para casa nessa linha reta, que eu ia ter que virar ginasta e pular essas coisas tipo um dia em Madrid, quando não se quer estar em Madrid. Ma cazzo. Os italianos sabem o que dizem, eu não sei quantas vezes repeti isso. Meu dia em Madrid, n

Para o meu último.

Remexendo nos meus documentos eu acho coisas que às vezes me definem. Então como realmente não importa, eu as coloca aqui, a mostra, como proletário enforcado sem nada a oferecer. E já foi. [1] 24 de janeiro de 2010. Para o meu último amor, Eu sei que é bobo, que isso nunca vai parar nas tuas mãos, que eu nem sei onde estão tuas mãos agoras, sobre quem estão tuas mãos agora, por onde elas estiverão, para onde os apontares dos teus dedos te levarão, se foi longe, se está perto, eu não sinto nada. E é sobre isso, exatamente isso, palavra, que eu quero te contar. Que eu não sinto nada, meu amor. Desde um tchau em meio-boca, um sorriso incerto de quem vai começar a chorar sem previsão para acabar, um sorriso cheio de desgraça e pena de si, por saber que a partir dali, seria difícil demais amar outro alguém, que seria demais amar outro alguém que não fosse você. Que a partir dali era você indo para longe demais, eu ficando comigo e tendo que me enfrentar e os meus monstros, que são iguais a